quarta-feira, janeiro 26, 2005

No meio do caminho

" No meio do caminho tem uma pedra.
Tem uma pedra no meio do caminho..."


Não, isso não tem nada a ver com o poema " No meio do caminho" do Drummond. Na verdade trata-se de uma porcaria de cálculo renal, ou melhor, um cálculo no ureter, o que basicamente significa que no meio do caminho entre meu querido rim esquerdo e minha bexiga tem uma pedra. Isso sem falar na infecção urinária provocada pelo próprio cálculo...

Eu, hein? A fase tá triste... Como diriam os Mamonas Assassinas: "Se der uma chuva de Xuxa, no meu colo cai Pelé!"

PS: Esqueci de contar a ação de Murphy nessa história toda : a injeção (ou melhor, as injeções, pois são quatro) de Garamicina que eu tenho que tomar contra a infecção consegue doer mais que o próprio cálculo. Acho que não é necessário dizer que eu tô aqui sentado só com meia bunda, não?

quinta-feira, janeiro 20, 2005

Imensidão

Eu tô algumas horas atrasado (afinal, já não é mais dia 19), mas num queria deixar passar o 1º mês de namoro sem dizer nada por aqui... Num vou conseguir fazer a mesma coisa que a Flávia, que escreveu um texto lindo pra mim no blog dela, mas pra não deixar passar em branco, vou postar uma coisa que escrevi pra ela bem antes da gente começar a namorar e que há muito tempo eu andava querendo colocar aqui. Lá vai:


Imensidão

De repente tudo se tornou tão grandioso,
Tão sincero,
Tão intenso.

Não consigo dizer como foi que aconteceu,
Quando começou,
Por que tudo se sucedeu de maneira tão súbita e veemente.

Só sei dizer que de repente tudo mudou.

Revirou meus sentimentos,
Minha vida,
Meus sonhos,
Meus planos.

E me devolveu uma alegria que há muito não sentia.

Você tem sido a razão do sorriso em meu rosto a cada dia,
A cada hora,
Minuto,
Segundo.
É a dona dos meus pensamentos,
Pois de alguma forma está sempre neles,
Seja o assunto que for.
É a voz desconhecida que fala em meu ouvido antes de dormir,
E que me dá bom dia ao acordar.
É quem regula a velocidade dos batimentos do meu coração,
Ainda que dele não esteja nem mesmo perto.

Você é o calor que sobe pelo meu corpo e me aquece,
É quem rouba meu ar e faz com que eu respire cada vez mais fundo,
É quem de mim arranca suspiros, sorrisos, lágrimas e desejos.
Você é quem me faz sentir saudades de coisas que ainda nem mesmo me deu.

Sinto saudades da tua voz,
Ainda que não tenha escutado sequer uma palavra de tua boca.
Sinto saudades dos teus lábios,
Ainda que não tenha sequer sentido-os com os meus.
Sinto saudades do teu corpo,
Ainda que não tenha tocado sequer em sua pele.

Sinto saudades de você...

E se por sua causa a tristeza também toma dimensões gigantescas,
É simplesmente porque o que sinto por você transcende limites.
É grande demais.
Forte demais.
Intenso Demais.

Posso não saber como as coisas tomaram tais dimensões tão rápido...
Posso não saber como aconteceram...
Posso não saber o que irá acontecer...
Mas sei que a cada dia tudo fica muito maior,
Mais importante,
Mais verdadeiro.

E sei que não quero perder isso por nada nesse mundo...

Não sei como isso pode ser possível.
Mas de alguma forma eu sei...
De alguma forma sei que,
Desesperadamente,
Amo você.


24/11/04
04:08

quarta-feira, janeiro 12, 2005

O Feitiço do Tempo - 1ª parte

É verdade que há praticamente um mês não escrevo um texto de próprio punho (mesmo sendo um texto feito em Word, nós ainda assim precisamos de nossos punhos para digitá-lo, não?).

É verdade também que eu tinha uma boa desculpa para isso, uma falta de tempo imensa devido a um extremamente bem-vindo trabalho temporário que, ainda que tenha sido uma benção, exigiu-me dedicação completa, das 5 h, 5h30 da manhã até 0h30, 1 h.

E também não é mentira que, apesar dessa dedicação full-time ter ocorrido apenas até o dia 20/12, trabalhei intensamente no escritório nos dias subseqüentes, o dia todo frente ao computador, chegando um tanto quanto tarde em casa e, não tendo tido tempo pra repor as horas de sono perdidas na semana anterior, cansado demais pra pensar em algo útil pra escrever por aqui.

Contudo, também é verdade que, tendo sido o serviço praticamente finalizado no último dia 03, eu venho enrolando desde então pra escrever um post novo. E isso inegavelmente não tem nada a ver com cansaço ou falta de tempo alguma. Isso tem a ver comigo e com os meus próprios (e mesmos) problemas.

A grande verdade é que este blog não havia ainda adentrado 2005 pelo simples motivo de que seu dono, pela primeira vez em 26 anos, não sentiu e ainda não se sente em um ano novo. Pela primeira vez na minha vida passei pelas festas de fim de ano como se elas não fossem realmente verdade, como se não estivessem acontecendo, como se aquela festança toda fosse um simples ensaio e não representasse a realidade.

Pois a virada de ano significa recomeço, mudança. E isso é exatamente o que não está acontecendo e o que não tenho esperança que aconteça.


Será este o meu "Dia da Marmota"¹ ?



¹ Pra quem não entendeu, "O Dia da Marmota" é uma citação do filme "O Feitiço do Tempo", no qual o personagem principal (interpretado por Bill Murray) misteriosamente passa a acordar sempre no início do mesmo dia e é obrigado a reviver sempre as mesmas situações.