terça-feira, fevereiro 22, 2005

Frase

"O orgasmo feminino é como a Bat-Caverna. Poucos sabem onde é e quem consegue chegar lá, não faz idéia de como conseguiu".

Jerry Seinfeld

quarta-feira, fevereiro 16, 2005

A Princesa e o Detetive - Parte II

Já sei, vocês leitores devem estar se perguntando o que eu estava fazendo beijando uma princesa, não? Pois então... a princesa era minha namorada. Isso mesmo, namorada, N-A-M-O-R-A-D-A, e daí? Vocês acham que só as mulheres têm direito a príncipe encantado?

Por incrível que pareça, eu a havia conhecido na internet, não me lembro exatamente como. Provavelmente devia ser uma das freqüentadoras do meu blog, não sei ao certo. Mas não importa. E não me olhem com essa cara! Qual é a de vocês, estão achando também que princesa não usa internet? Caiam na real, bem vindos ao século XXI ! Ela nem mesmo saía de casa, ou melhor, de seu palácio, sem seu laptop real!

Sentamos à mesa e ficamos curtindo um ao outro, agora com muito mais sossego, já que o lugar reservado por ela para nós era isolado do resto do salão. Após namorarmos um pouco, levantei, dirigi-me ao banheiro e quando estava voltando comecei a ouvir uma voz, vinda do salão de baixo. Era uma voz meio boba, retardada, mas ao mesmo tempo alta, muito alta. A voz falava aos convidados do salão inferior sobre mim, comentava sobre meu namoro com a Princesa, praticamente gritava, de modo que todo o salão superior podia ouvir. Que m... - pensei. Eu conhecia aquela voz! Conhecia muito bem. Que diabos o Bolsoni estava fazendo ali? Droga!

Voltei então à mesa e perguntei à Princesa se ela não queria ir para algum lugar mais reservado.

- Claro - disse ela - Venha, vamos com o meu jato particular.

Ainda bem - pensei - assim me livro do chato do Bolsoni.

E lá fomos nós... Subimos no jatinho, o piloto tomou todas as precauções necessárias, taxiou, acelerou, levantou o trem de pouso do chão e finalmente decolou, deixando para trás a festa e todos os convidados. Em breve seríamos apenas ela e eu. A Princesa e o detetive. Tex e a sósia de Cameron Diaz. Somente ela e eu.

Foi então que de repente percebi-me numa escuridão total. Abri os olhos e me vi deitado num sofá. Era o sofá do centro acadêmico da faculdade, o sofá da salinha reservada do centrinho, o sofá em que havia decidido tirar um cochilo enquanto não chegava o horário da aula!!! Tudo não havia passado de um sonho!!!

E lá fora uma voz gritava, conversando com outras pessoas. Uma voz meio boba, retardada, mas ao mesmo tempo alta, muito alta...

PORRA, BOLSONI, VAI ACORDAR A SUA MÃE !!!!


THE END

segunda-feira, fevereiro 14, 2005

A Princesa e o Detetive - Parte I

Bom, já que não tive tempo de escrever nada nesse fds (tá bom, mentira, eu tava era de mau humor pq meu time perdeu de 3x0 do Santos), vou atender a um pedido de uma amiga (né, Ju?) e postar um texto que escrevi há uns 2 anos e meio, quando ainda estava na faculdade.

Aliás, já que o Blogger e o iG fizeram o favor de apagar meus blogs antigos e que a grande maioria dos leitores deste blog são novos, creio que de vez em quando vou aproveitar para postar algumas coisas que já foram postadas anteriormente, mas que não podem mais ser lidas devido às gracinhas dos hosts supracitados.

O texto abaixo é meio longo, portanto vou postar em duas partes. Além do que, é mais divertido deixar todo mundo curioso... :-)


A PRINCESA E O DETETIVE - PARTE I

Era um jantar formalíssimo. Black tie, é claro, era o jantar em homenagem à Princesa, a mais badalada princesa desde a morte de Lady Di. Sua visita ao país era o assunto principal, para não dizer único, tanto dos meios de comunicação quanto da população.

A formalidade do jantar (que na realidade era praticamente uma festa) era tanta que os convidados foram divididos em dois salões. O salão de cima era destinado somente à comitiva da Princesa e ao alto poder do país, desde os políticos mais influentes aos industriais mais poderosos. Já o salão de baixo por sua vez também era constituído por pessoas não menos importantes. Enfim, era uma grande festa da alta sociedade destinada à bela e famosa Princesa.

Após adentrar no salão de baixo, dirigi-me à escada que levava ao salão superior. O segurança, elegantemente vestido e de uma educação refinadíssima, abordou-me:

- Desculpe, senhor, o salão superior é reservado somente à comitiva de recepção à Princesa e aos seus convidados.

Retirei então do bolso o convite, entreguei-o ao segurança e disse:

- Sou convidado de honra da Princesa.

- Oh, queira perdoar-me, senhor, por favor, eu o acompanharei até o andar de cima.

- Não é necessário - respondi - Obrigado.

Subi as escadas e olhei para o interior do salão. Estava lotado, repleto de pessoas extremamente bem vestidas e de alto poder aquisitivo, mas não foi difícil avistá-la, já que todas as atenções estavam para ela voltadas. A adoração era tamanha que até mesmo o Presidente da República passava como mero coadjuvante da festa.

Ela estava linda, exuberante como sempre, a verdadeira personificação de uma princesa. Perfeita. Meu Deus - pensei - ela realmente se parece com a Cameron Diaz. Com a vantagem de ser uma princesa. A Princesa.

Fui então em sua direção, mas antes que precisasse abrir caminho entre os bajuladores, ela veio correndo até mim:

- Oi, meu amor! Que bom que chegou, estava morrendo de saudades.

- Oi ! - falei sorrindo - Também estava com saudades!

Beijei-a profundamente. Os lábios mais macios que eu já havia beijado, os mais doces, os mais suaves...

- Tex, a Princesa não devia beijar em público, sabia? - disse ela com uma voz séria, mas denunciando sua brincadeira ao sorrir docemente, apenas com seu olhar - Venha, tem uma mesa reservada só para nós.

Retribui o sorriso e conduzido por sua mão segui-a até o local por ela indicado, porém não deixando de perceber os olhares curiosos e admirados dirigidos a mim. Agora eu era o personagem principal da festa, eu, Tex Murphy, o pacato detetive de São Bernardo do Campo.

TO BE CONTINUED

quinta-feira, fevereiro 10, 2005

Julgamentos americanos e a opinião pública

Antes de tudo quero deixar claro que não desejo transformar este post em uma discussão sobre culpa ou inocência. É claro que possuo minha opinião a respeito do assunto, mas esse tipo de discussão não é o escopo, muito menos o que motiva este post. No entanto, eu queria aproveitar que no momento o assunto está na mídia (e irá ficar ainda muito mais) para discutir uma outra coisa: a transformação do julgamento de uma pessoa e/ou crime em um show para a mídia.

Nos próximos dias, dar-se-á início ao julgamento do superastro pop, Michael Joseph Jackson e durante muito tempo este será, como vem sendo há tempos, o assunto preferido de jornalistas de todo o mundo, principalmente os sensacionalistas. Contudo, o que me preocupa não é nem mesmo o sensacionalismo em si, mas sim a forma como são conduzidos os julgamentos lá naquele país que se diz democrata, justo, igualitário, e blá, blá, blá...

É impressionante como o fato da pessoa ser ou não culpada nunca possui a menor relevância para o veredicto do julgamento nos EUA. São diversos os casos que podem ser citados, mas o que se pode averiguar em todos eles é que o veredicto final é sempre aquele que agradará mais (ou desagradará menos) a opinião pública. Selecionemos por exemplo dois julgamentos de personalidades famosas do esporte norte-americano, os de Mike Tyson e de O.J. Simpson.

Tyson, como todos devem saber, é boxeador, ex-campeão dos pesos-pesados e foi acusado e condenado pelo estupro de uma candidata ao concurso de Miss América Negra. Já O.J. Simpson é um ex-jogador de Futebol Americano, um dos maiores de todos os tempos, além de comentarista esportivo e de também fazer uns "bicos" de ator em filmes do Leslie Nielsen (se não me engano, suas participações foram em Corra que a Polícia vem aí). Simpson foi julgado e considerado inocente das acusações de assassinato de sua ex-esposa, Nicole Simpson e seu amigo Ronald Goldman, com quem ela estaria tendo um caso.

No caso de Tyson, não precisa ser muito inteligente para se imaginar qual a intenção de uma garota que vai ao quarto de um boxeador, campeão dos pesos-pesados, sozinha com ele, às duas da manhã!!! Na minha cabeça, essa história de estupro não cola meeeeesmo. Mas para os americanos colou... Era tudo o que o que a opinião pública queria, afinal, ele sempre foi considerado um "animal", violento, além de ter em sua ficha o fato de ter sido um deliqüente juvenil antes de tornar-se boxeador. Era muito mais fácil condenar Tyson a se considerar a possibilidade de que tudo que a tal candidata a Miss queria era aparecer e levar uma graninha!

E o O.J. ? Caramba, O. J. Simpson era tão inocente quanto meus pensamentos quando vejo a Angelina Jolie nos trajes da Lara Croft!!! (eu ainda vou apanhar por causa dessa comparação... hehe). Além de ter deixado pistas aos montes, Simpson ainda fugiu e participou de uma perseguição cinematográfica, com direito a filmagem ao vivo das redes de TV, que o seguiram através de um helicóptero.

No entanto, se não estou enganado, O.J. Simpson cometeu o crime em um dos estados americanos que possuí pena de morte, ou seja, se condenado ele seria provavelmente executado, fato este que gerou uma revolta por parte de grupos anti-raciais que proclamavam que a condenação de Simpson seria um ato de perseguição racial. E assim, mais uma vez para agradar a opinião pública, o resultado de um julgamento nos EUA pendeu para o lado mais interessante politicamente e não para o resultado mais justo e correto.

Portanto, devido a todo esse histórico, eu tenho muito medo do que será o julgamento de Michael Jackson. Será que os jurados irão realmente analisar se MJ é um pedófilo ou apenas um cara maluco, excêntrico e infantil do qual pessoas interesseiras procuram tirar partido para ganhar dinheiro? Ou será que eles irão tentar agradar a opinião pública e dar o veredicto que causará menos problemas? Só esperando o veredicto e as provas para se ter certeza. Porém, de uma coisa eu sei: se MJ for julgado de acordo com a opinião pública mundial, é melhor ele ir começando a se preparar para ver o sol nascer quadrado...

segunda-feira, fevereiro 07, 2005

Em busca do soneto perdido

Há muito tempo, numa galáxia distante (ou não), recebi de uma pessoa muitíssimo especial de quem até hoje lembro com muito carinho, um certo texto, como uma dedicatória em um livro. Por motivos que não valem a pena serem explicados aqui, não possuo mais esse livro e conseqüentemente também não possuo, ou melhor, não possuía, o tal texto. Pra piorar, não sabia qual era o título do mesmo e por conseguinte, não conseguia encontrá-lo na net.

Até que outro dia, procurando um texto do Veríssimo (o LF) pra mostrar à Flávia (logo eu posto aqui, acho esse texto genial), fui parar em uma página muito legal que possui vários textos de autores nacionais (em sua maioria) e estrangeiros. Eis então que resolvo clicar no nome do autor do texto que tanto queria e enfim encontro o que por tanto tempo procurei sem sucesso!

Como esse texto do mestre dos mestres, Mr. William Shakespeare, é maravilhoso, seria muito egoísmo de minha parte não compartilhá-lo com mais ninguém... Por isso, segue abaixo, primeiramente em português e logo após em seu original em inglês (arcaico), um dos poemas sobre amor mais lindos (senão o maior de todos) que já li:


Soneto 116

De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,
Ou se vacila ao mínimo temor.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante,
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfange não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.
Se isso é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou.


(Tradução de Bárbara Heliodora)



Sonnet 116

Let me not to the marriage of true minds
Admit impediments. Love is not love
Which alters when it alteration finds,
Or bends with the remover to remove:
O no! it is an ever-fixed mark
That looks on tempests and is never shaken;
It is the star to every wandering bark,
Whose worth's unknown, although his height be taken.
Love's not Time's fool, though rosy lips and cheeks
Within his bending sickle's compass come:
Love alters not with his brief hours and weeks,
But bears it out even to the edge of doom.
If this be error and upon me proved,
I never writ, nor no man ever loved.


William Shakespeare

(1564 - 1616)

terça-feira, fevereiro 01, 2005

Vende-se carcaça véia

O Pulso
(Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer, Toni Bellotto)

O pulso ainda pulsa
O pulso ainda pulsa

Peste bubônica, câncer, pneumonia
Raiva, rubéola, tuberculose, anemia
Rancor, cisticircose, caxumba, difteria
Encefalite, faringite, gripe, leucemia

O pulso ainda pulsa
O pulso ainda pulsa

Hepatite, escarlatina, estupidez, paralisia
Toxoplasmose, sarampo, esquizofrenia
Ulcera, trombose, coqueluche, hipocondria
Sifilis, ciúmes, asma, cleptomania

O corpo ainda é pouco
O corpo ainda é pouco

Reumatismo, raquitismo, cistite, disritmia
Hérnia, pediculose, tétano, hipocrisia
Brucelose, febre tifóide, arteriosclerose, miopia
Catapora, culpa, carie, câimbra, lepra, afasia

O pulso ainda pulsa
O pulso ainda pulsa



Eu ando engraçadinho com essas citações, não? Mas é que não resisti, já que essa música me lembra a situação pela qual venho passando nesses últimos dias... É que além do cálculo renal (ou no ureter, como queiram) e da infecção urinária, eu ainda estou tendo que agüentar uma tosse que já dura quase um mês, uma afta do tamanho de um elefante na minha bochecha, bem acima do dente (ou seja, eu raspo o dente nela o tempo todo), a bunda dolorida das injeções (olha que eu tomei a última na sexta-feira e ainda tá doendo!) e ainda passei por uma pequena faringite... Isso em contar a febre que me deu no sábado e que quase não me deixa sair pra ver a Flávia.

É, a coisa tá feia... Mas não há bem que nunca acabe e nem mal que tanto dure, não? Em todo caso, será que lá no céu eles estão aceitando carcaça véia como parte de pagamento na aquisição de uma nova?