As palavras saíam de minha boca,
Porém pareciam não a mim pertencerem.
Era como se fossem de um discurso pré-escrito,
Preparado,
Elaborado,
De palavras cuidadosamente escolhidas
E medidas.
Porém, de um discurso não composto por mim.
Mas como poderiam aquelas palavras,
De alguma maneira sendo enviadas naquele momento por meu cérebro à minha boca,
Não a mim pertencerem?
E por que tais palavras doíam tanto em mim, que as estava pensando?
E foi então que percebi.
As palavras eram por mim pensadas.
As palavras eram por mim elaboradas.
As palavras eram por mim escolhidas e medidas.
No entanto, eram as mesmas que outrora a mim haviam sito ditas.
E então o desespero tomou conta de meu corpo,
Pois compreendi a dimensão da dor que aquelas palavras,
Aquelas malditas palavras,
Desta vez por mim proferidas,
Estavam causando.
Eu as conhecia.
E sabia,
Como saberei para o resto de minha vida,
O quanto podem doer...
?Everything that has a beginning, has an end?
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