sexta-feira, novembro 26, 2004

Em busca de uma resposta

Às vezes fugimos para tentarmos nos encontrar. Saímos procurando respostas, novos caminhos, um sentido ou motivo, qualquer coisa que nos tire da escuridão em que nos encontramos.

Comigo não foi diferente. Dirigi por centenas de quilômetros, cruzei estados, tentei me afastar de tudo e de todos, como se com isso pudesse, num piscar de olhos, mudar tudo o que acontecia.

Mas não foi isso o que aconteceu por lá. A diversão, por mais sadia que tenha sido, as companhias e as palhaçadas não me impediram de continuar sentindo dor, continuar sentindo a mesma faca que dilacerava meu peito e derramava lágrimas de meus olhos.

Dei-me conta então que fugir e mudar de ares não iria levar embora meu sofrimento. Não era estar em São Bernardo, São Paulo ou Blumenau que faria a diferença, pois era dentro de mim em que estavam os problemas e eu os levaria onde quer que fosse.

Porém, se não consegui abandonar meus problemas, se não consegui levar-me para longe deles, ainda assim a viagem surtiu o efeito desejado, pois de lá talvez tenha trazido as respostas, a solução desejada. E digo isso porque, quando voltei, minha mente se fez lúcida, ficando de repente muito claro que a resposta estava aqui mesmo, em minha vida.

Fugi buscando uma resposta. E foi necessário fugir para perceber que ela estava aqui mesmo, o tempo inteiro. E a resposta é muito simples: Viva!

sábado, novembro 20, 2004

Murphy Returns!

Segunda-feira, 11 de outubro de 2004. Enquanto nuvens um tanto quanto acinzentadas ameaçavam a cidade de Blumenau, perto dali um sol escaldante tomava conta e iluminava a tranqüila e quase deserta praia de Perequê, próxima ao Balneário Camboriú. (Tudo bem, vai, exagerei, o sol não estava tão escaldante assim, mas estava quente o suficiente pra deixar meu pescoço vermelho).

Após um rápido mergulho na fria água do mar (pqp, ô agüinha gelada!), na qual o Nihil, vulgo homem selvagem (uma pequena variação da vaca selvagem citada no primeiro post da Oktober), descobriu que a nota nova de R$ 10 bóia, decidimos dar um passeio ao sol em direção ao único barzinho-lanchonete que havia à beira da praia, aproveitando também para nos secar e para observar as poucas (porém lindas) mulheres que por lá se encontravam.

E foi então que nós as vimos. Eram 3 lindas meninas, sozinhas, conversando sentadas na areia, em frente à entrada da casa que possivelmente deveria pertencer a alguma delas. Eu não resisti, fiquei encantado com a que, na minha opinião, era a mais bonita delas e fiz algo que não costumo fazer, ou que não fazia desde os tempos que ia à praia com o meu melhor amigo, quase irmão: passei por ela e olhei-a bem no fundo de seus olhos.

Pois qual não foi a minha surpresa quando percebi que a menina também estava olhando !? Como aquilo era possível? Como uma menina linda daquelas estava olhando para um cara que, não só era o baixinho dos três, mas que também tinha acabado de se lembrar que a sunga que estava usando havia sido comprada antes de seus 25 anos, época na qual ganhou um pouquinho mais de corpo e, conseqüentemente, ficou com a bunda maior? Não dava pra acreditar!

Mas era verdade. E mais ainda, as amigas dela começaram a dar aquelas olhadas de rabo de olho pra mim e virar de volta para a menina, como se estivessem dizendo "ele tá olhando pra você, tá olhando pra você!!".

Enquanto isso nós continuávamos caminhando e eu olhando, comunicando pros outros dois o interesse contínuo das meninas. Era a situação perfeita, três meninas lindas e sozinhas pra três caras também sozinhos (vocês num acharam que eu ia falar que os três eram bonitos também, né?).

E foi então que Murphy apareceu, na forma de espírito de porco à moda Cosmo Kramer*... Conforme eu andava, encantado com aquele doce olhar a mim dirigido, sem querer derrubei toda a roupa que estava nas minhas mãos e me embananei ainda mais pra pegar tudo de volta...

E lá se foi todo o encanto...



* Pra quem não conhece, Cosmo Kramer é um personagem da série "Seinfeld", conhecido por suas bizarrices e trapalhadas, dentre as quais encontra-se o péssimo costume de tropeçar e trombar por todo lugar que anda.

sábado, novembro 13, 2004

Por uma vida menos ordinária

Acredito ter sido um tanto quanto injusto no post anterior ao chamar de "maldita" a tão famosa pílula vermelha. Tal adjetivo de maneira alguma expressa o que realmente penso e sinto e apenas retrata um momento turbulento e deveras dolorido pelo qual passei.

Não, não pode ser maldita a tal red pill. A dor faz parte da vida e senti-la significa exatamente isso: ter vivido. Significa não passar incólume, participar, não se tornar um parasita que assiste de camarote ao desempenho dos demais. E mais: a dor também significa ter, de alguma forma, amado. Não importa o quê ou quem se amou, não importa se foi homem, mulher, filhos, pais, avós ou até um bichinho de estimação. Não faz a menor diferença... O que importa é que só sente ou sentiu dor aquele que um dia na vida amou.

Pode ser que ao sofrermos certas decepções fiquemos um tanto ressentidos e receosos em permitir a nós mesmos novamente sentir, abrir o coração para o mundo, com um medo terrível de que mais uma vez tudo se acabe em dor e sofrimento. Contudo, qual será o sentido de se desistir de buscar o amor, o sentir, o viver? Será realmente mais divertido, mais fácil e reconfortante viver superficialmente? Ou será que a superficialidade um dia cansa, torna-se entendiante, insuportável?

Só quem já conheceu o amor consegue entender. Só quem já se permitiu amar e ser amado(a) sabe que vale a pena cada instante, cada sorriso, abraço, beijo, olhar... cada batimento cardíaco descompassado dentro do peito. Só quem realmente amou sabe que, por mais dores que tenham sido sentidas, ainda assim valeu a pena... Pois só quem amou sabe que existe sim um sentido para vida. Do contrário, de que valeria a pena estar aqui?

Só quem amou sabe que, apesar de tudo, faria tudo novamente. Você tinha razão, caro amigo Objecto: eu vivi e foi muito bom. E não vou de maneira alguma desistir de lutar por meus sonhos, meus desejos e meus ideais. Não vou desistir de lutar por tudo que sempre quis, pois se um dia desistir disso tudo, "it's over".

A dor acontece para aprendermos com nossos próprios erros, refletir sobre nossas ações, redirecionar nossos caminhos, redefinir prioridades e caminhos. Foi isso que fiz e, a não ser o "maldita", não retiro nada do que escrevi no último post. Eu aprendi muita coisa, sim, coloquei meus pés no chão, passei a enxergar a vida de forma mais madura e objetiva. Mas não desisti de absolutamente nada do que sempre quis pra mim. Farei as coisas com muito mais calma, critério e sabedoria. Mas eu vou à luta. Pois estou livre e pronto pra Outra...


When you love someone
(Adams/Peters/Kamen)

Performed by Bryan Adams


When you love someone - you'll do anything
You'll do all the crazy things that you can't explain
You'll shoot the moon - put out the sun
When you love someone

You'll deny the truth - believe a lie
There'll be times that you'll believe you can really fly
But your lonely nights - have just begun
When you love someone

When you love someone - you'll feel it deep inside
And nothin' else can ever change your mind
When you want someone - when you need someone
When you love someone...

When you love someone - you'll sacrifice
You'd give it everything you got and you won't think twice
You'd risk it all - no matter what may come
When you love someone
You'll shoot the moon - put out the sun
When you love someone

quinta-feira, novembro 11, 2004

A maldita pílula vermelha

Eu tenho pensado em escrever sobre isso já há alguns meses, desde que o Objecto e eu ficamos um bom tempo conversando depois de uma festa, dando voltas e mais voltas com o carro pelo quarteirão da casa dele.

"The Matrix doesn't have you anymore, my friend", foi o que ele disse. E ele tinha toda razão, pois a grande verdade é uma só: quando você vive, quando mergulha de corpo e alma, baixa a guarda e se permite sentir, não tem mais volta. E infelizmente não é só de alegrias que a vida é feita, há também muita tristeza e muito, muito aprendizado.

Acho que aprendi muita coisa da pior forma possível. E uma das coisas que aprendi é algo que se ouve muito por aí, mas que é um tanto quanto difícil de acreditar a princípio: que nesta vida só podemos contar com nós mesmos, absolutamente mais ninguém.

Claro que nós temos amigos em que podemos confiar. Poucos, é verdade, mas temos, não estou aqui dizendo que as pessoas não se importam umas com as outras, pelo menos não todas. Mas existem situações em que ninguém pode ajudar e temos que estar preparados pra isso. E a verdade é que nós nunca estamos...

Também aprendi que pra tudo tem limite, absolutamente tudo. Não existe regra sem exceção e nós temos que aprender a reconhecê-las. Sabem aquele ditado do "melhor se arrepender do que fez, do que se arrepender do que não fez"? Pois é... Pra ele também tem... Regras, ditados, sonhos, crenças e ideais são lindos quando se tem 16 anos de idade ou quando ainda se vive fora do mundo real. Porém, depois de tomada a pílula vermelha tudo se torna muito mais complicado.

Quanto ao amor... Bom, eu ainda tenho que aprender muita coisa sobre essa matéria...

domingo, novembro 07, 2004

Oktoberfest e o metrossexualismo

Durante a viagem, dentre os diversos assuntos inúteis filosofados (afinal, o que três caras que vão pra Oktoberfest podem fazer além de discutir besteira e ficar olhando mulher na rua?), apareceu o metrossexualismo. O Nihil e o Shadow defendiam que nós três éramos metrossexuais, afinal, cada um à sua maneira estava preocupado com sua aparência. Eis então que começa a discussão:

Tex: - Pára com isso, pra mim esse negócio de metrossexualismo é mais conhecido como a velha viadagem! Isso é coisa de David Beckham!

Nihil: - Ah, não, o Beckham é uma espécie de papa do metrossexualismo, ele é o top, nós somos metrossexuais em um nível menos elevado. E não dá pra chamar de viado o cara que come a Posh Spice(atual Victoria Beckham).

Tex: - Peraê!!! Num é bem assim, não confunda viadagem com homossexualismo! São coisas bem diferentes, nem todo metrossexual é viado e vice-versa. Outro dia mesmo falei pra um amigo gay que ele é o viado mais preconceituoso que eu já vi! Pra mim metrossexual é aquele cara que não só faz as unhas, como também pinta com esmalte! Ou aquele que fica 20 horas se arrumando pra sair, preocupado se a roupa tá combinando ou não! Ou seja, não é homossexualismo, mas é coisa de viado!

O castigo então veio a cavalo. Horas depois, arrumando-me pra ir à Oktoberfest, olhei para mim mesmo e fui assaltado por uma dúvida cruel. Virei então pro Nihil e disse:

Tex: - Posso fazer uma pergunta metrossexual?

Nihil (rindo): - Qual?

Tex (mostrando a calça e a camiseta): - Tá combinando !?

E então só ouvi o Shadow dando gargalhadas de dentro do banheiro...

terça-feira, novembro 02, 2004

De cara nova

Já que eu resolvi levar o blog a sério novamente e voltar a escrever com uma periodicidade decente (umas duas vezes por semana), resolvi também que já estava na hora de mudar a cara dele e fazer algo próprio. Quem me conhece sabe que gosto de fazer as coisas por mim mesmo, então um blog meu tem que ter um layout feito por mim... E aqui está ele! Eu sei que meu amigo Objecto vai me xingar porque mais uma vez fiz um fundo escuro com letra clara, vai reclamar dizendo que ele não enxerga, mas, fazer o quê, eu não gosto de fundo claro! :-) Ainda mais se é pra eu usar minha criatividade!

Pra terminar, eu queria avisar ao pessoal que tem mais ou menos a minha idade que, a partir de ontem, a TV Cultura começou a passar novamente Anos Incríveis! Só quem viu sabe o quanto essa série era boa, pra mim a melhor de todos os tempos (junto com Seinfeld, lógico). Hoje eu assisti ao segundo episódio, quase em êxtase, já que agora posso ver com a tecla SAP ligada (quando passava antes eu num sabia muito inglês pra isso e nem tinha TV com SAP... hehe). Eu recomendo a todos que nunca viram essa série a assisti-la! Quem se interessar, pode marcar, TV Cultura, às 18:30 (só não sei se é de seg à sexta ou se sábado também tem).

E viva Kevin Arnold!!