segunda-feira, maio 30, 2005

Tex interrompido

Meus caros leitores (se é que ainda existe algum), vocês devem estar se perguntando: O que está acontecendo com o Tex?

Pois é... A verdade meus amigos é uma só e não há motivo para escondê-la: total falta de inspiração, ou por que não dizer, total e completa falta de competência para conseguir completar um texto sequer.

Não sei o que acontece. São poemas incompletos, dois ou três posts inacabados e nada mais nada menos que três tentativas de escrever um testimonial pra Flá no Iogurte, sem sucesso. Três!!! Eu começo e não consigo fechar o texto, ligar todas as idéias que quero colocar, fico me incomodando com a seqüência do texto, acho sempre que tá tudo um lixo e acabo deixando pra lá ou pra depois.

E a verdade nua e crua é essa, eu não sei por que isso está acontecendo e nem sei quando irá terminar. Vai ver eu preciso de um pouco de férias, sei lá... Mas neste momento, caros amigos, apenas posso prometer que irei esperar pacientemente minha inspiração retornar e que voltarei assim que conseguir finalizar algum tex...

quarta-feira, abril 27, 2005

"The Phantom of the Opera is here..."



"Those who have seen your face, draw back in fear..."

The Phantom Of The Opera



Pois é... quase 11 anos depois de ter assistido à peça em São Francisco, no último domingo, acompanhado pela Flá e pela minha mãe, finalmente pude realizar o sonho de assisti-la novamente, desta vez no Teatro Abril, em São Paulo.

Pra quem não sabe, a montagem brasileira estreou no último dia 21 e é perfeitamente fiel à original, já que é controlada pelo grupo que detém os direitos da mesma. Profissionais de todas as áreas (atores, maquiadores, costureiros, etc) são treinados exaustivamente por pessoas responsáveis pela peça original para que nada saia diferente. Isso sem falar que as máscaras do Fantasma só podem ser confeccionadas por uma só pessoa no mundo.

E até que eu não estranhei muito ouvir às músicas em português (olha que eu vivo escutando o meu cd original da peça).

Pra quem gosta, é uma ótima pedida, apesar do precinho salgadérrimo (de R$ 65 a R$ 200,00).


Quanto a mim e ao meu sumiço, não estranhem (viu, Carol?)... O problema é que eu não tenho computador e muito menos Internet no emprego novo (e isso ainda deve demorar um bom tempo) e fica muitíssimo caro participar da vida blogueira, lendo e escrevendo, usando net discada! Isso sem falar que não é mais possível ficar até às 4 da manhã na net, já que agora eu acordo às 7...

Mas não se preocupem, caros amigos: eu já vendi minha alma ao diabo (leia-se Telefonica) contratando o Speedy (só pq tava na promoção do modem grátis) e em breve esse treco deverá estar funcionando, facilitando a minha vida e permitindo minha volta ao mundo blogueiro (nem que seja só um pouquinho, né?).

E antes que eu me esqueça,uma perguntinha nada a ver com os assuntos acima, só pra não perder a piada: será que quando escolherem o novo técnico do time dos Bambis (leia-se São Paulo), vai sair fumaça cor-de-rosa lá da Gaiola das Loucas (vulgo Morumbi)? Hehehe...

terça-feira, abril 05, 2005

1986

Em 1986 o Brasil vivia um ano de mudanças. O então presidente José Sarney, em conjunto com o Ministro da Fazenda, Dílson Funaro (tá bom, desenterrei!), havia lançado o famoso "Plano Cruzado", decretando o congelamento de preços, cortando três "zeros" da moeda (que passava a se chamar "Cruzado") e convocando toda a população para agir como "Fiscais do Sarney", denunciando por telefone todo e qualquer aumento de preço a um órgão governamental de fiscalização, a SUNAB.

No ramo do esporte, o Brasil aguardava ansiosamente pela Copa do Mundo do México, na esperança de que a seleção de Telê Santana conquistasse o tão esperado tetracampeonato mundial no mesmo palco em que havia conquistado seu último título, em 1970. Já no mundo, a Guerra Fria continuava correndo solta, com as duas superpotências mundiais do momento (EUA e URSS) competindo para ver quem era mais imbecil.

E no ABC paulista, um pirralho de 8 anos, assistindo a tudo com a inocência de uma criança que ainda acredita em um mundo melhor, fazendo escândalo na Kopenhagen de Santo André porque eles haviam aumentado o preço da Nhá Benta, pedindo juntamente com todo o Brasil (e com o Zezinho do "Viva o Gordo") pro Telê "botar ponta" e torcendo pro Piquet ganhar do Mansell na F1, não percebeu (e nunca poderia imaginar) que naquele ano acontecia uma coisa que, em um futuro então distante, iria mudar a sua vida...

Porque há exatos 19 anos, no Hospital Brasil de Santo André, nascia uma menininha linda, fofa, maravilhosa e iluminada. Uma menina que viria para um dia devolver-lhe toda a alegria, equilíbrio e sonhos largados por ele em algum lugar. Uma menina a quem ele amaria tanto que nem mesmo poderia mensurar quanto...

Flá, Feliz aniversário, meu amor!!

Você merece muita felicidade, muita saúde e muito sucesso, porque o seu coração é enorme e eu sou muito sortudo de ter arrumado um cantinho nele pra mim.

Te amo muito!!!

Parabéns!!!!

domingo, março 27, 2005

O Feitiço do Tempo - 3ª Parte

E então, quando o mundo desabou de vez, quando a última esperança se foi, uma mão gigantesca do fundo do poço o retirou. Utilizou ferramentas com as quais ele sempre soube que não poderia contar e colocou-o de volta ao mundo em um lugar no qual ele nunca poderia pensar entrar. Colocou-o em um caminho que sua consciência e sabedoria nunca poderiam chegar, pois não havia meios de saber que era ali o seu lugar.

E de repente um admirável mundo novo se abriu... Ou talvez apenas seus sonhos e planos tenham voltado a ter sentido, não importa. O que importa agora é que o caminho até então escuro, sombrio e tempestuoso deu lugar a outro. Um caminho não menos longo e difícil, porém, agora com uma luz à frente a qual seguir. E é atrás dela que ele vai, lutando sim, porém sem esmorecer e fazendo de tudo para que este caminho torne-se não só completamente iluminado, porém também cheio de vida e de flores.

E agora sim eu posso dizer: Feliz Ano Novo! Feliz Vida Nova!

domingo, março 20, 2005

O Feitiço do Tempo - 2ª parte

Começar de novo. Talvez o problema todo fosse não ter nem mesmo idéia de como fazê-lo. Se os dias pareciam iguais, se o ano novo ainda não havia começado (vide "O Feitiço do Tempo - 1ª parte"), talvez fosse porque era eu quem não sabia o que fazer, como jogar fora tudo que foi construído até então e recomeçar do zero. Talvez...

Às vezes, fechado em meu quarto sem saber o que fazer, sentia-me como um inútil social, alguém que não fazia sentido algum para o mundo em que vivia. Um fardo para a mãe, um namorado que não podia dar à namorada nem um décimo do que gostaria, não só por não ter dinheiro para isso, mas principalmente porque me sentir daquela maneira fazia com que nem mesmo minha cabeça e meu coração pudessem dedicar-se 100 % ao relacionamento.

Não que a Flávia tenha um dia reclamado de algo... Nesse ponto creio que não poderia ter encontrado alguém mais compreensiva, amiga, carinhosa e sem um pingo de egoísmo. Alguém que sempre acreditou em mim até mesmo quando eu deixei de acreditar. Dela não escutei um esboço sequer de reclamação, pelo contrário, foram sempre palavras de incentivo, de consolo, além de um respeito, dedicação e inúmeras demonstrações de carinho das quais eu não me achava merecedor. Porém, eu mesmo não conseguia me perdoar por receber tanto e poder dar tão pouco...

Da minha mãe não posso dizer menos, pois sei o quanto sofreu por todo esse tempo ao me ver perdido. Sei o quanto ela torceu, rezou e se esforçou ao máximo para ajudar-me a levantar a cada tombo que levava. Sei que sem ela eu não teria chegado inteiro até aqui, não teria sobrevivido à tudo, não teria mantido minha sanidade. E talvez tenha sido por ela e para ela que ainda estou aqui.

Contudo, eu sempre tive consciência de uma coisa: por mais ajuda que possamos receber, todos nós temos nossos próprios limites. E por mais que eu não soubesse ao certo qual era o meu, era certo de que estava próximo dele. Próximo demais...

terça-feira, março 15, 2005

E o tempo passa...

A imagem refletida no espelho já não é mais a mesma. No entanto, ainda é muito difícil reconhecer nela o adulto a que representa. Por dentro ainda sinto-me como um adolescente, algumas vezes até uma criança que acha tudo muito chato neste mundo adulto.

Sim, eu gostaria de ser Peter Pan... Não crescer jamais, manter-me como uma eterna criança sem responsabilidades e em busca de aventuras. Não que ser criança seja algo fácil, pelo contrário, às vezes é muito complicado e dolorido. No entanto, ainda assim a vida era mais fácil, mais prazerosa e divertida.

Porém, isso acabou. E já faz muito tempo, apesar de eu ainda recusar-me a aceitar o fato. Contudo, meu espírito ainda é jovem e não irei me entregar às chatices de "gente grande" sem lutar. Aceito sim as responsabilidades, assumo todo o stress pelo qual tenho que passar, mas não irei deixar de lado a criança que ainda existe aqui dentro. De jeito nenhum.

Ainda quero e irei me divertir muito. E por muito tempo...

E agora vocês devem estar pensando: "por que diabos esse maluco está falando essas coisas aparentemente sem sentido?". Bom, tanta frescura era só pra informar a todos que o Tex aqui está completando no dia de hoje 27 anos muito bem vividos...

Caramba!! Parece que já posso ver o dígito das dezenas de meu odômetro começar lentamente a virar e passar do 2 para o 3... Afe! Como o tempo passa!!!


"Eu não tenho mais a cara que eu tinha,
No espelho essa cara não é minha.
Mas é que quando eu me toquei, achei tão estranho,
A minha barba estava desse tamanho..."

Arnaldo Antunes - Não Vou Me Adaptar



PS: Não poderia deixar de agradecer aqui às lindas palavras que a minha namorada coruja escreveu para e sobre mim em seu blog. Você não existe, Fofinha (e tá precisando aumentar o grau das suas lentes... hahaha). E quem quiser ver como ela é exagerada (hehehe), pode clicar aqui pra ler...

quinta-feira, março 10, 2005

De volta?

Sumido, eu? Tudo bem, eu confesso que dei uma largadinha nesse blog nas últimas semanas, porém não tem nenhum problema, não, pelo contrário. O fato é que ando com muita coisa na cabeça, dedicando-me a fazer várias coisas e não tenho tido muito tempo nem paciência para escrever alguma coisa ou ficar lendo os blogs alheios. Porém, eu prometo que irei me esforçar e que em breve voltarei a postar e a ler os blogs com freqüência.

Enquanto isso, para não dizer que não coloquei nada de útil neste post, segue abaixo outra frase engraçadinha, esta retirada do filme Pequeno Dicionário Amoroso :

"Casamento é que nem caipirinha de boteco : todo mundo sabe que dá dor de cabeça, mas todo mundo faz questão de experimentar".

terça-feira, fevereiro 22, 2005

Frase

"O orgasmo feminino é como a Bat-Caverna. Poucos sabem onde é e quem consegue chegar lá, não faz idéia de como conseguiu".

Jerry Seinfeld

quarta-feira, fevereiro 16, 2005

A Princesa e o Detetive - Parte II

Já sei, vocês leitores devem estar se perguntando o que eu estava fazendo beijando uma princesa, não? Pois então... a princesa era minha namorada. Isso mesmo, namorada, N-A-M-O-R-A-D-A, e daí? Vocês acham que só as mulheres têm direito a príncipe encantado?

Por incrível que pareça, eu a havia conhecido na internet, não me lembro exatamente como. Provavelmente devia ser uma das freqüentadoras do meu blog, não sei ao certo. Mas não importa. E não me olhem com essa cara! Qual é a de vocês, estão achando também que princesa não usa internet? Caiam na real, bem vindos ao século XXI ! Ela nem mesmo saía de casa, ou melhor, de seu palácio, sem seu laptop real!

Sentamos à mesa e ficamos curtindo um ao outro, agora com muito mais sossego, já que o lugar reservado por ela para nós era isolado do resto do salão. Após namorarmos um pouco, levantei, dirigi-me ao banheiro e quando estava voltando comecei a ouvir uma voz, vinda do salão de baixo. Era uma voz meio boba, retardada, mas ao mesmo tempo alta, muito alta. A voz falava aos convidados do salão inferior sobre mim, comentava sobre meu namoro com a Princesa, praticamente gritava, de modo que todo o salão superior podia ouvir. Que m... - pensei. Eu conhecia aquela voz! Conhecia muito bem. Que diabos o Bolsoni estava fazendo ali? Droga!

Voltei então à mesa e perguntei à Princesa se ela não queria ir para algum lugar mais reservado.

- Claro - disse ela - Venha, vamos com o meu jato particular.

Ainda bem - pensei - assim me livro do chato do Bolsoni.

E lá fomos nós... Subimos no jatinho, o piloto tomou todas as precauções necessárias, taxiou, acelerou, levantou o trem de pouso do chão e finalmente decolou, deixando para trás a festa e todos os convidados. Em breve seríamos apenas ela e eu. A Princesa e o detetive. Tex e a sósia de Cameron Diaz. Somente ela e eu.

Foi então que de repente percebi-me numa escuridão total. Abri os olhos e me vi deitado num sofá. Era o sofá do centro acadêmico da faculdade, o sofá da salinha reservada do centrinho, o sofá em que havia decidido tirar um cochilo enquanto não chegava o horário da aula!!! Tudo não havia passado de um sonho!!!

E lá fora uma voz gritava, conversando com outras pessoas. Uma voz meio boba, retardada, mas ao mesmo tempo alta, muito alta...

PORRA, BOLSONI, VAI ACORDAR A SUA MÃE !!!!


THE END

segunda-feira, fevereiro 14, 2005

A Princesa e o Detetive - Parte I

Bom, já que não tive tempo de escrever nada nesse fds (tá bom, mentira, eu tava era de mau humor pq meu time perdeu de 3x0 do Santos), vou atender a um pedido de uma amiga (né, Ju?) e postar um texto que escrevi há uns 2 anos e meio, quando ainda estava na faculdade.

Aliás, já que o Blogger e o iG fizeram o favor de apagar meus blogs antigos e que a grande maioria dos leitores deste blog são novos, creio que de vez em quando vou aproveitar para postar algumas coisas que já foram postadas anteriormente, mas que não podem mais ser lidas devido às gracinhas dos hosts supracitados.

O texto abaixo é meio longo, portanto vou postar em duas partes. Além do que, é mais divertido deixar todo mundo curioso... :-)


A PRINCESA E O DETETIVE - PARTE I

Era um jantar formalíssimo. Black tie, é claro, era o jantar em homenagem à Princesa, a mais badalada princesa desde a morte de Lady Di. Sua visita ao país era o assunto principal, para não dizer único, tanto dos meios de comunicação quanto da população.

A formalidade do jantar (que na realidade era praticamente uma festa) era tanta que os convidados foram divididos em dois salões. O salão de cima era destinado somente à comitiva da Princesa e ao alto poder do país, desde os políticos mais influentes aos industriais mais poderosos. Já o salão de baixo por sua vez também era constituído por pessoas não menos importantes. Enfim, era uma grande festa da alta sociedade destinada à bela e famosa Princesa.

Após adentrar no salão de baixo, dirigi-me à escada que levava ao salão superior. O segurança, elegantemente vestido e de uma educação refinadíssima, abordou-me:

- Desculpe, senhor, o salão superior é reservado somente à comitiva de recepção à Princesa e aos seus convidados.

Retirei então do bolso o convite, entreguei-o ao segurança e disse:

- Sou convidado de honra da Princesa.

- Oh, queira perdoar-me, senhor, por favor, eu o acompanharei até o andar de cima.

- Não é necessário - respondi - Obrigado.

Subi as escadas e olhei para o interior do salão. Estava lotado, repleto de pessoas extremamente bem vestidas e de alto poder aquisitivo, mas não foi difícil avistá-la, já que todas as atenções estavam para ela voltadas. A adoração era tamanha que até mesmo o Presidente da República passava como mero coadjuvante da festa.

Ela estava linda, exuberante como sempre, a verdadeira personificação de uma princesa. Perfeita. Meu Deus - pensei - ela realmente se parece com a Cameron Diaz. Com a vantagem de ser uma princesa. A Princesa.

Fui então em sua direção, mas antes que precisasse abrir caminho entre os bajuladores, ela veio correndo até mim:

- Oi, meu amor! Que bom que chegou, estava morrendo de saudades.

- Oi ! - falei sorrindo - Também estava com saudades!

Beijei-a profundamente. Os lábios mais macios que eu já havia beijado, os mais doces, os mais suaves...

- Tex, a Princesa não devia beijar em público, sabia? - disse ela com uma voz séria, mas denunciando sua brincadeira ao sorrir docemente, apenas com seu olhar - Venha, tem uma mesa reservada só para nós.

Retribui o sorriso e conduzido por sua mão segui-a até o local por ela indicado, porém não deixando de perceber os olhares curiosos e admirados dirigidos a mim. Agora eu era o personagem principal da festa, eu, Tex Murphy, o pacato detetive de São Bernardo do Campo.

TO BE CONTINUED

quinta-feira, fevereiro 10, 2005

Julgamentos americanos e a opinião pública

Antes de tudo quero deixar claro que não desejo transformar este post em uma discussão sobre culpa ou inocência. É claro que possuo minha opinião a respeito do assunto, mas esse tipo de discussão não é o escopo, muito menos o que motiva este post. No entanto, eu queria aproveitar que no momento o assunto está na mídia (e irá ficar ainda muito mais) para discutir uma outra coisa: a transformação do julgamento de uma pessoa e/ou crime em um show para a mídia.

Nos próximos dias, dar-se-á início ao julgamento do superastro pop, Michael Joseph Jackson e durante muito tempo este será, como vem sendo há tempos, o assunto preferido de jornalistas de todo o mundo, principalmente os sensacionalistas. Contudo, o que me preocupa não é nem mesmo o sensacionalismo em si, mas sim a forma como são conduzidos os julgamentos lá naquele país que se diz democrata, justo, igualitário, e blá, blá, blá...

É impressionante como o fato da pessoa ser ou não culpada nunca possui a menor relevância para o veredicto do julgamento nos EUA. São diversos os casos que podem ser citados, mas o que se pode averiguar em todos eles é que o veredicto final é sempre aquele que agradará mais (ou desagradará menos) a opinião pública. Selecionemos por exemplo dois julgamentos de personalidades famosas do esporte norte-americano, os de Mike Tyson e de O.J. Simpson.

Tyson, como todos devem saber, é boxeador, ex-campeão dos pesos-pesados e foi acusado e condenado pelo estupro de uma candidata ao concurso de Miss América Negra. Já O.J. Simpson é um ex-jogador de Futebol Americano, um dos maiores de todos os tempos, além de comentarista esportivo e de também fazer uns "bicos" de ator em filmes do Leslie Nielsen (se não me engano, suas participações foram em Corra que a Polícia vem aí). Simpson foi julgado e considerado inocente das acusações de assassinato de sua ex-esposa, Nicole Simpson e seu amigo Ronald Goldman, com quem ela estaria tendo um caso.

No caso de Tyson, não precisa ser muito inteligente para se imaginar qual a intenção de uma garota que vai ao quarto de um boxeador, campeão dos pesos-pesados, sozinha com ele, às duas da manhã!!! Na minha cabeça, essa história de estupro não cola meeeeesmo. Mas para os americanos colou... Era tudo o que o que a opinião pública queria, afinal, ele sempre foi considerado um "animal", violento, além de ter em sua ficha o fato de ter sido um deliqüente juvenil antes de tornar-se boxeador. Era muito mais fácil condenar Tyson a se considerar a possibilidade de que tudo que a tal candidata a Miss queria era aparecer e levar uma graninha!

E o O.J. ? Caramba, O. J. Simpson era tão inocente quanto meus pensamentos quando vejo a Angelina Jolie nos trajes da Lara Croft!!! (eu ainda vou apanhar por causa dessa comparação... hehe). Além de ter deixado pistas aos montes, Simpson ainda fugiu e participou de uma perseguição cinematográfica, com direito a filmagem ao vivo das redes de TV, que o seguiram através de um helicóptero.

No entanto, se não estou enganado, O.J. Simpson cometeu o crime em um dos estados americanos que possuí pena de morte, ou seja, se condenado ele seria provavelmente executado, fato este que gerou uma revolta por parte de grupos anti-raciais que proclamavam que a condenação de Simpson seria um ato de perseguição racial. E assim, mais uma vez para agradar a opinião pública, o resultado de um julgamento nos EUA pendeu para o lado mais interessante politicamente e não para o resultado mais justo e correto.

Portanto, devido a todo esse histórico, eu tenho muito medo do que será o julgamento de Michael Jackson. Será que os jurados irão realmente analisar se MJ é um pedófilo ou apenas um cara maluco, excêntrico e infantil do qual pessoas interesseiras procuram tirar partido para ganhar dinheiro? Ou será que eles irão tentar agradar a opinião pública e dar o veredicto que causará menos problemas? Só esperando o veredicto e as provas para se ter certeza. Porém, de uma coisa eu sei: se MJ for julgado de acordo com a opinião pública mundial, é melhor ele ir começando a se preparar para ver o sol nascer quadrado...

segunda-feira, fevereiro 07, 2005

Em busca do soneto perdido

Há muito tempo, numa galáxia distante (ou não), recebi de uma pessoa muitíssimo especial de quem até hoje lembro com muito carinho, um certo texto, como uma dedicatória em um livro. Por motivos que não valem a pena serem explicados aqui, não possuo mais esse livro e conseqüentemente também não possuo, ou melhor, não possuía, o tal texto. Pra piorar, não sabia qual era o título do mesmo e por conseguinte, não conseguia encontrá-lo na net.

Até que outro dia, procurando um texto do Veríssimo (o LF) pra mostrar à Flávia (logo eu posto aqui, acho esse texto genial), fui parar em uma página muito legal que possui vários textos de autores nacionais (em sua maioria) e estrangeiros. Eis então que resolvo clicar no nome do autor do texto que tanto queria e enfim encontro o que por tanto tempo procurei sem sucesso!

Como esse texto do mestre dos mestres, Mr. William Shakespeare, é maravilhoso, seria muito egoísmo de minha parte não compartilhá-lo com mais ninguém... Por isso, segue abaixo, primeiramente em português e logo após em seu original em inglês (arcaico), um dos poemas sobre amor mais lindos (senão o maior de todos) que já li:


Soneto 116

De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,
Ou se vacila ao mínimo temor.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante,
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfange não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.
Se isso é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou.


(Tradução de Bárbara Heliodora)



Sonnet 116

Let me not to the marriage of true minds
Admit impediments. Love is not love
Which alters when it alteration finds,
Or bends with the remover to remove:
O no! it is an ever-fixed mark
That looks on tempests and is never shaken;
It is the star to every wandering bark,
Whose worth's unknown, although his height be taken.
Love's not Time's fool, though rosy lips and cheeks
Within his bending sickle's compass come:
Love alters not with his brief hours and weeks,
But bears it out even to the edge of doom.
If this be error and upon me proved,
I never writ, nor no man ever loved.


William Shakespeare

(1564 - 1616)

terça-feira, fevereiro 01, 2005

Vende-se carcaça véia

O Pulso
(Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer, Toni Bellotto)

O pulso ainda pulsa
O pulso ainda pulsa

Peste bubônica, câncer, pneumonia
Raiva, rubéola, tuberculose, anemia
Rancor, cisticircose, caxumba, difteria
Encefalite, faringite, gripe, leucemia

O pulso ainda pulsa
O pulso ainda pulsa

Hepatite, escarlatina, estupidez, paralisia
Toxoplasmose, sarampo, esquizofrenia
Ulcera, trombose, coqueluche, hipocondria
Sifilis, ciúmes, asma, cleptomania

O corpo ainda é pouco
O corpo ainda é pouco

Reumatismo, raquitismo, cistite, disritmia
Hérnia, pediculose, tétano, hipocrisia
Brucelose, febre tifóide, arteriosclerose, miopia
Catapora, culpa, carie, câimbra, lepra, afasia

O pulso ainda pulsa
O pulso ainda pulsa



Eu ando engraçadinho com essas citações, não? Mas é que não resisti, já que essa música me lembra a situação pela qual venho passando nesses últimos dias... É que além do cálculo renal (ou no ureter, como queiram) e da infecção urinária, eu ainda estou tendo que agüentar uma tosse que já dura quase um mês, uma afta do tamanho de um elefante na minha bochecha, bem acima do dente (ou seja, eu raspo o dente nela o tempo todo), a bunda dolorida das injeções (olha que eu tomei a última na sexta-feira e ainda tá doendo!) e ainda passei por uma pequena faringite... Isso em contar a febre que me deu no sábado e que quase não me deixa sair pra ver a Flávia.

É, a coisa tá feia... Mas não há bem que nunca acabe e nem mal que tanto dure, não? Em todo caso, será que lá no céu eles estão aceitando carcaça véia como parte de pagamento na aquisição de uma nova?

quarta-feira, janeiro 26, 2005

No meio do caminho

" No meio do caminho tem uma pedra.
Tem uma pedra no meio do caminho..."


Não, isso não tem nada a ver com o poema " No meio do caminho" do Drummond. Na verdade trata-se de uma porcaria de cálculo renal, ou melhor, um cálculo no ureter, o que basicamente significa que no meio do caminho entre meu querido rim esquerdo e minha bexiga tem uma pedra. Isso sem falar na infecção urinária provocada pelo próprio cálculo...

Eu, hein? A fase tá triste... Como diriam os Mamonas Assassinas: "Se der uma chuva de Xuxa, no meu colo cai Pelé!"

PS: Esqueci de contar a ação de Murphy nessa história toda : a injeção (ou melhor, as injeções, pois são quatro) de Garamicina que eu tenho que tomar contra a infecção consegue doer mais que o próprio cálculo. Acho que não é necessário dizer que eu tô aqui sentado só com meia bunda, não?

quinta-feira, janeiro 20, 2005

Imensidão

Eu tô algumas horas atrasado (afinal, já não é mais dia 19), mas num queria deixar passar o 1º mês de namoro sem dizer nada por aqui... Num vou conseguir fazer a mesma coisa que a Flávia, que escreveu um texto lindo pra mim no blog dela, mas pra não deixar passar em branco, vou postar uma coisa que escrevi pra ela bem antes da gente começar a namorar e que há muito tempo eu andava querendo colocar aqui. Lá vai:


Imensidão

De repente tudo se tornou tão grandioso,
Tão sincero,
Tão intenso.

Não consigo dizer como foi que aconteceu,
Quando começou,
Por que tudo se sucedeu de maneira tão súbita e veemente.

Só sei dizer que de repente tudo mudou.

Revirou meus sentimentos,
Minha vida,
Meus sonhos,
Meus planos.

E me devolveu uma alegria que há muito não sentia.

Você tem sido a razão do sorriso em meu rosto a cada dia,
A cada hora,
Minuto,
Segundo.
É a dona dos meus pensamentos,
Pois de alguma forma está sempre neles,
Seja o assunto que for.
É a voz desconhecida que fala em meu ouvido antes de dormir,
E que me dá bom dia ao acordar.
É quem regula a velocidade dos batimentos do meu coração,
Ainda que dele não esteja nem mesmo perto.

Você é o calor que sobe pelo meu corpo e me aquece,
É quem rouba meu ar e faz com que eu respire cada vez mais fundo,
É quem de mim arranca suspiros, sorrisos, lágrimas e desejos.
Você é quem me faz sentir saudades de coisas que ainda nem mesmo me deu.

Sinto saudades da tua voz,
Ainda que não tenha escutado sequer uma palavra de tua boca.
Sinto saudades dos teus lábios,
Ainda que não tenha sequer sentido-os com os meus.
Sinto saudades do teu corpo,
Ainda que não tenha tocado sequer em sua pele.

Sinto saudades de você...

E se por sua causa a tristeza também toma dimensões gigantescas,
É simplesmente porque o que sinto por você transcende limites.
É grande demais.
Forte demais.
Intenso Demais.

Posso não saber como as coisas tomaram tais dimensões tão rápido...
Posso não saber como aconteceram...
Posso não saber o que irá acontecer...
Mas sei que a cada dia tudo fica muito maior,
Mais importante,
Mais verdadeiro.

E sei que não quero perder isso por nada nesse mundo...

Não sei como isso pode ser possível.
Mas de alguma forma eu sei...
De alguma forma sei que,
Desesperadamente,
Amo você.


24/11/04
04:08

quarta-feira, janeiro 12, 2005

O Feitiço do Tempo - 1ª parte

É verdade que há praticamente um mês não escrevo um texto de próprio punho (mesmo sendo um texto feito em Word, nós ainda assim precisamos de nossos punhos para digitá-lo, não?).

É verdade também que eu tinha uma boa desculpa para isso, uma falta de tempo imensa devido a um extremamente bem-vindo trabalho temporário que, ainda que tenha sido uma benção, exigiu-me dedicação completa, das 5 h, 5h30 da manhã até 0h30, 1 h.

E também não é mentira que, apesar dessa dedicação full-time ter ocorrido apenas até o dia 20/12, trabalhei intensamente no escritório nos dias subseqüentes, o dia todo frente ao computador, chegando um tanto quanto tarde em casa e, não tendo tido tempo pra repor as horas de sono perdidas na semana anterior, cansado demais pra pensar em algo útil pra escrever por aqui.

Contudo, também é verdade que, tendo sido o serviço praticamente finalizado no último dia 03, eu venho enrolando desde então pra escrever um post novo. E isso inegavelmente não tem nada a ver com cansaço ou falta de tempo alguma. Isso tem a ver comigo e com os meus próprios (e mesmos) problemas.

A grande verdade é que este blog não havia ainda adentrado 2005 pelo simples motivo de que seu dono, pela primeira vez em 26 anos, não sentiu e ainda não se sente em um ano novo. Pela primeira vez na minha vida passei pelas festas de fim de ano como se elas não fossem realmente verdade, como se não estivessem acontecendo, como se aquela festança toda fosse um simples ensaio e não representasse a realidade.

Pois a virada de ano significa recomeço, mudança. E isso é exatamente o que não está acontecendo e o que não tenho esperança que aconteça.


Será este o meu "Dia da Marmota"¹ ?



¹ Pra quem não entendeu, "O Dia da Marmota" é uma citação do filme "O Feitiço do Tempo", no qual o personagem principal (interpretado por Bill Murray) misteriosamente passa a acordar sempre no início do mesmo dia e é obrigado a reviver sempre as mesmas situações.